quinta-feira, 23 de junho de 2016

 Sei que estou meio atrasada, mas aqui está os meus sonhos do livro: Meninos da Planície
   

Primeiro sonho:
        Gritos e gargalhadas misturavam-se. Um grupo de crianças tomava banho num riacho. De lá enxergava-se o alto paredão de calcário dourado que servia de fundo de proteção à aldeia, meia dúzia de choupanas com teto de folhas de palmeira. Duas colunas de rala fumaça assinalavam fogueiras na entrada de uma gruta que parecia uma meia-lua preta.
        Um dos meninos, mais agitado, era e corria na margem, sem parar. Pulou para mergulhar no rio e, quando se esticou no ar, pôde-se ver uma grande cicatriz que lhe cruzava a coxa direita. Segundos depois, reapareceu de olhos fechados, os cabelos longos, pretos e brilhantes como verniz encobrindo-lhe o rosto, a boca jorrando água como se fosse um chafariz.
        Em pé, com a água na altura do peito, ele começou a bater na superfície do riacho com as mãos abertas, atirando água na direção de uma menina que, sentada numa pedra da margem, mordia uma fruta. Ao receber a ducha, deu um pulo. Era da cor do café ralo, pernas finas e longas, cabelo cheio, comprido e liso, nariz curto, lábios grossos e um pouco salientes: sinal de sorriso fácil. Num dos braços havia uma cicatriz com a forma de um trevo. Usava um colar de sementes vermelhas e pretas e, no braço esquerdo, onde estava a cicatriz, um bracelete adornado com pequenos dentes de macaco. Na cintura prendia-se uma tanga curta, feitas de fibras.
        O menino continuava dando palmadas na superfície do rio, levantando cortinas de água:
- Toma, Nia! 
        Nos braços, adornos semelhantes aos da menina. Só deixou de espalmar a água quando lhe acertou nas costas a fruta que comia, gritando com raiva:
- Para, Aur!
        O menino dobrou o corpo para trás, mergulhando a cabeça na água para arrumar o cabelo. Na testa tinha uma fita vermelha na qual se prendiam dentes esbranquiçados. Destacava-se um, grande e retorcido, de queixada, o avantajado e selvagem porco-do-mato.
        Meu amigo acordou sobressaltado. Em sua mesa de estudos havia uma caixa com sementes furadas, pretas e vermelhas, e fitas de fibras nas quais haviam sido fixados alguns dentes de animais como macacos, porcos-do-mato, veados... Pegou a caixa aonde colocara o esqueleto de menina e começou a examinar o crânio. Ela devia ter o nariz curto e uma espécie de sorriso contínuo, pois os dentes de cima se inclinavam um pouco para a frente. Observou depois, demoradamente, os ossos dos braços, Num deles, o esquerdo, notava-se um calombo: fora quebrado.
        A essa altura, meu amigo avistou no chão um envelope que o carteiro colocara sob a porta. Carta do exterior, enviada por um laboratório especializado em exames coplexos. Traduzo agora algumas linhas da carta. Após relatar as análises que fizeram e escrever sobre problemas de herança, “Os exames do fragmento de osso pertence ao esqueleto AU indicam que o referido esqueleto é do sexo masculino, enquanto o esqueleto NI é sexo feminino. Os testes realizados levam a concluir que os dois eram irmãos”.
        Quando me contou, meu amigo arqueólogo ainda estava assustado. Era quase inacreditável! Em cada osso daqueles dois esqueletos de que tanto gostava colocara letras para identificá-los. E elas coincidiam com as primeiras dos nomes que ouvira no sonho. A partir de então, já tinham nome: Aur e Nia.


Segundo sonho:
        Naquele dia, o trabalho fora cansativo. Meu amigo passara horas escrevendo no computador. Adormeceu na poltrona e teve um sonho muito agitado.
        Os homens abandonaram a aldeia muito cedo para caçar. Ainda havia estrelas. Mas tarde, quando a baixada estava tomada pela névoa, como se estivesse sepultando algodão, as mulheres e as crianças começaram a caminhada. Iam até as grutas de grande planície.
        No acampamento do paredão ficaram quatro velhas e dois velhos. Peixe seco, coquinhos, um pouco de mel e os caracóis que iriam apanhar eram alimentação suficiente até que todos voltassem, dois dias depois.
        Outro grupo caminhou rapidamente, em fileira, durante toda a manhã. Fora os espinhos fincados nos pés de alguns, nada aconteceu. Apressaram o passo quando chegaram a uma esplanada, na frente de um maciço calcário, onde se via a entrada negra de uma gruta, boca enorme sempre aberta.
        Atrás de uma grande pedra, na entrada, sob uma esteira e galhos de árvore, os homens deixaram um veado e um caititu que haviam caçado. Os meninos espantaram alguns urubus que, sentindo o cheiro da morte, tinham pousado na esteira. As mulheres começaram a arrumar o salão de entrada da gruta, onde a claridade era pouca, como a do entardecer. Nia e as mais duas meninas foram apanhar água, levando na cabeça cuias que pareciam metades de uma grande abobora escura.
        Aur recolheu folhas e galhos secos do chão. Depois sentou-se na entrada da gruta e tirou do embornal um pedaço de madeira plana, de dois palmos de comprimento, que apoiou no chão à sua frente. Na superfície da madeira viviam-se pequenas depressões escuras. Entre os galhos que apanhara no chão, o menino escolheu o mais reto e em uma pedra raspou uma de suas pontas até ela ficar igualada. Num dos buracos da madeira, colocou a ponta que raspara e começou a esfregar as mãos girando, sem parar, o galho entre elas. Pouco depois, começou a sair uma tênue fumaça branca do pedaço da madeira, e um anel de brasa apareceu em volta da ponta do galho que girava.
        O menino se ajoelhou, dobrando-se sobre a madeira, e, enquanto soprava, colocou sobre ela folhas secas e gravetos. Continuou soprando, fazendo bico com os lábios, até aparecer uma chama fraca que estalava como papel celofane amassado. Quando o fogo aumentou, retirou o pedaço de madeira, cuspiu nele e, com o dedo, apagou rapidamente a brasa que aparecera no buraco.
        Ao contar o sonho, meu amigo mostrou-me aquele pedaço de madeira com depressões escuras e arredondadas na superfície, cuja utilidade até então lhe era desconhecida. Colocou-o na lupa. No fundo e nas beiradas dos buracos, reconheceu o brilho e a coloração característicos do carvão. Finalmente descobrira a tábua de fazer fogo que, no sonho, vira Aur usando.
        Enquanto meu amigo falava, senti vontade de observar algum objeto na lupa que estava sobre a mesa. Retirei de uma prateleira um fragmento de cerâmica amarelada e comecei a examiná-lo. Fiquei maravilhado, pois as lentes de aumento permitiram-me observar, o barro, impressões digitais, os finos ricos nos dedos de quem trabalhara a argila. Chamei meu amigo para que observasse minha descoberta e comentei, empolgado:
- Já pensou se essas impressões fossem de alguém da aldeia?
- Seria interessante – Mas é impossível. Esse pedaço de cerâmica é de uma outra escavação. Moradores da minha aldeia ainda não conheciam a cerâmica. Só surgiu no Brasil há aproximadamente dois mil anos.
- Vivendo e aprendendo – respondi, sem graça, disfarçando meu desencanto.
        Recoloquei o fragmento na cerâmica eu seu lugar e vi que nele haviam sido escritos, e nanquim, alguns números e duas letras. Todos os objetos do laboratório tinham sido identificados da mesma maneira. Num arquivo, havia milhares de fichas ordenadas e encontrei facilmente a que correspondia ao pedaço de cerâmica. Nele havia anotações como o ano e o local em que a peça foi achada, nível onde fora encontrada, entre outros. O trabalho que estava nesse arquivo era maior que escavar e preparar cada objeto guardado naquele laboratório...
Último sonho:
        Insisti várias com meu amigo para que nos contasse o sonho inteiro. Sempre dizia não e mudava de assunto. Não houve jeito: só narrou o final.
        Na esplanada em frente à gruta, ardia uma grande fogueira que amarelava a noite. Os moradores estavam sentados em círculo. Ninguém falava. O Minhoquinha chorava. Dentro do círculo, perto do fogo, havia duas macas, semelhantes a andores de profissão.
        Com fogo alto, via-se que estavam cobertas por espessa camada de folhas. Aos poucos as chamas diminuíram. Os moradores continuavam em silêncio e imóveis: parecia que do chão haviam brotado estátuas sentadas. Ao desaparecerem as chamas, a escuridão inundou a esplanada. Todos olhavam fixamente a mancha vermelha de brasas que restara da fogueira. Às vezes, com um pequeno estalo, subiam borbulhas avermelhadas que se desfaziam no ar.
        Depois homens levantaram-se e caminharam devagar até as macas, onde apanharam uma braçada de folhas. Dirigiram-se depois até a fogueira e com elas começaram a cobrir as brasas. Várias vezes repetiram a mesma ação, até que não se viu mais nenhuma brasa.elevou-se então uma rala coluna esbranquiçada  de fumaça em direção à Lua, que parecera acima do paredão do acampamento. Não havia vento. Aur, quando olhava para o céu e via as estrelas piscando, pensava que eram vaga-lumes parados lá no alto, e que a Lua espantava os que estavam perto dela.
        Quando a fumaça aumentou, todos se levantaram, esticaram os braços para o ar e começaram a gritar juntos, em triste ladainha:
- Vão!Vão!Vão!...
        Enquanto meu amigo me contava essa passagem de sonho, percebi que sua voz falhava e vi seus olhos brilharem.
        Nas macas já sem folhas, podiam-se ver, como que adormecidas, duas pessoas.
-Vão!Vão!Vão!...
        As palavras repetidas eram como um eco dolorido. E os braços de todos, agitando-se sobre as cabeças, pareciam empurrar o espírito de alguém para o alto, juntamente com a fumaça. Quando ela se tornou rala, os dois homens colocaram lenha sobre as folhas. De novo, as chamas amarelaram a escuridão. Viram-se então, claramente, os dois corpos: eram Aur e Nia. Dormiam? As chamas pintavam sombras tremidas naqueles dois rostos, parecendo às vezes que se mexiam.
        Duas grandes cuias foram colocadas no chão ao lado das macas. O silêncio era tão intenso que permitia ouvir o longínquo coaxar rouco dos sapos lá do rio.           


terça-feira, 21 de junho de 2016



biografia de: Carlos Saldanha


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NOME:Carlos Saldanha

HISTÓRIA:Nasceu em 20 de julho de 1968, no Rio de Janeiro. È casado tem três filhas e um filho,ele fez filmes famosos como A ERA DO GELO 1 2 e 3  RIO 2 é cineastra, produtor ,animador e dublador. E promete lançar mais um grande filme com a ERA DO GELO BIG BANG , que vai estrear nos cinemas dia 7 de julho.Não podemos ficar de fora de mais uma grande aventura né.


biografia de: Ivan Angelo



NOME:Ivan Ângelo

HISTORIA:Nasceu em 

Barbacena,Brasil.Ganhou prêmios como Prêmio 

Jabuti em 1976, Associação Paulista Críticos de 

Arte em 1986.

  Ele começou a escrever em 1954 e dai não 

parou de criar contos de amor.
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Biografia de: Julio Emilio Braz

NOME: Julio Emilio Braz 

NASCEU EM: 16 de abril de 1959

NA CIDADE DE:Manhumirim 

CAREIRA:Ele iniciou sua carreira de escritor 

em Portugal, Bélgica, França, Cuba e EUA .

PRÊMIOS:
 Em 

1988 recebeu o 

Prêmio Jabuti 

pela publicação 

do seu primeiro 

livro infanto-

juvenil: 

SAGUAIRU.